terça-feira, 13 de março de 2012

RICARDO TEIXEIRA DEIXA PRESIDENCIA DA C B F



Ricardo Teixeira foi o presidente que passou mais tempo à frente da CBF
Durante a gestão de mais de duas décadas, a seleção tricampeã se tornou penta. Ricardo Teixeira colecionou vitórias, mas também desafetos. E enfrentou denúncias. Ele organizou o calendário do futebol nacional.
'jornalnacional
Ricardo Teixeira foi o presidente que passou mais tempo no comando da CBF. Ao longo de uma gestão de mais de duas décadas, a seleção tricampeã se tornou penta. Teixeira colecionou vitórias, mas também desafetos. E enfrentou denúncias.
Número 70 da Rua da Alfândega, no Centro do Rio. Há 23 anos, Ricardo Teixeira entrava no prédio para ser empossado como presidente da CBF. Há nove anos, o prédio deixou de ser a confederação. E nesta, terça-feira (12), Teixeira deixou de ser o presidente da CBF.
Ricardo Teixeira assumiu a presidência da CBF em 1989, seguindo os passos do sogro, o então presidente da Fifa João Havelange. Sob o comando de Teixeira, o Brasil conquistou 112 títulos em várias categorias do futebol. O último deles, em agosto de 2011, quando a Seleção Sub-20 foi pentacampeã mundial.
A primeira conquista veio logo no início de sua administração. O título da Copa América, pela seleção principal deu fim a um jejum que já durava quatro décadas. Aquela taça foi a primeira de uma série de cinco Copas Américas na gestão dele.
Ricardo Teixeira esteve à frente da CBF em seis Copas do Mundo: de 1990, na Itália, até 2010, na África do Sul. Foram três finais consecutivas. Em 1994, com Carlos Alberto Parreira no comando, o Brasil voltou a vencer depois de 24 anos sem o título.
Quatro anos depois, em 1998, na França, outra final: com derrota para os franceses por 3 a 0.
Em 2002, a geração talentosa de Ronaldo e Rivaldo reconquistou a hegemonia mundial com o pentacampeonato no Japão.
Nas últimas duas Copas, ele presenciou as derrotas na Alemanha e na África do Sul. Apesar de a seleção ter conquistado as Copas das Confederações, nos anos anteriores aos dois Mundiais.
No comando da CBF, Ricardo Teixeira organizou o calendário do futebol nacional e instituiu a fórmula dos pontos corridos para o Campeonato Brasileiro. Foram medidas benéficas para a economia dos clubes, que passaram a ter atividade o ano inteiro.
Em uma gestão longa, Ricardo Teixeira colecionou amigos e adversários. Seu jeito centralizador gerou desafetos de Romário a Pelé, passando por dirigentes esportivos - o mais recente foi o atual presidente da Fifa, Joseph Blatter. Da lista, houve muitos com quem selou a paz: como Ronaldo Fenômeno, que este ano, depois de restabelecidas as relações, foi nomeado pelo próprio Ricardo Teixeira para integrar o Comitê Organizador da Copa de 2014.
Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias. Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político.
A denúncia mais contundente foi a de que ele e um grupo ligado à Fifa teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.
Teixeira assumiu a Confederação Brasileira de Futebol quando a seleção tinha apenas dois patrocinadores. Deixa a seleção com dez patrocinadores e a CBF com o faturamento anual de R$ 271 milhões – números de 2010.
Sua última realização à frente do futebol brasileiro não foi alcançada no gramado. Em 2007, Ricardo Teixeira comandou a campanha vitoriosa que fez a Fifa conceder ao Brasil o direito de organizar a Copa do Mundo de 2014. Nos últimos cinco anos, foi o presidente do Comitê Organizador Local. Sai de cena a dois anos do Mundial.

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