domingo, 11 de junho de 2017

A trilha do cangaço no RN: cidades guardam marcas da passagem de Lampião pelo estado

Reportagem percorreu mais de 600 quilômetros por onde passou Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.


A trilha do cangaço no RN: cidades guardam marcas da passagem de Lampião pelo estado
A trilha do cangaço no RN: cidades guardam marcas da passagem de Lampião pelo estado
“O povo falava que Lampião tinha passado por aqui e tinha umas armas guardadas...”. Foi assim que dona Ilma de Oliveira começou a contar a história que sempre ouviu dos mais velhos. A senhora de cinquenta e poucos anos mora na casa que serviu de apoio aos cangaceiros em 10 de junho de 1927. Naquele dia de madrugada Lampião e seu bando entravam em terras potiguares. Eles chegaram pela Paraíba, cruzaram a divisa dos estados e apearam-se bem na casa onde dona Ilma criou os três filhos. A estrutura é quase a mesma: paredes largas, teto alto, tornos de madeira e caritós para guardar objetos. “Até um tempo desse os familiares do antigo dono ainda vinha aqui olhar e recordar”, conta.
Foi nessa casa que Lampião se abrigou ao entrar no RN em 1927 (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi) Foi nessa casa que Lampião se abrigou ao entrar no RN em 1927 (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Foi nessa casa que Lampião se abrigou ao entrar no RN em 1927 (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
A casa que fica no sítio baixio, no pé da Serra de Luís Gomes, pertencia a familiares dos cangaceiros Massilon Leite e Pinga-fogo. Massilon era ‘os olhos e ouvidos’ do líder pelas bandas do sertão potiguar. Era ele o responsável por guiar os homens do cangaço no plano de atacar a cidade próspera de Mossoró.
A recepção durou pouco. Quando amanheceu os cangaceiros se embrenharam na caatinga. Galoparam por veredas, saquearam fazendas e fizeram prisioneiros. Na Fazenda Nova, onde hoje é o município de Major Sales, até o padrinho de Massilon, coronel Joaquim Moreira, foi sequestrado. Na fazenda vizinha de Aroeira, onde hoje é a cidade de Paraná, eles fizeram mais uma refém: a senhora Maria José foi levada pelo bando que seguia despistando a polícia e invadindo propriedades. “A passagem do bando de Lampião pelo RN está qualificada como banditismo, pois tem casos de assalto, assassinato e uma novidade que até então não tinha aqui que era o sequestro”, explicou o pesquisador Rostand Medeiros que já fez o mesmo trajeto de Lampião no RN algumas vezes. “Depois desses ataques na manhã do dia 10, o bando continuou subindo e praticando todo tipo de desordem”, lembrou.

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